Hoje choveu, e não foi pouco - na verdade, ainda chove enquanto escrevo.
As aulas na faculdade começaram na segunda feira, e eu que não tive férias, estou apenas querendo um descanso "digno". Não vou achar tão cedo.
O dia hoje foi normal. Aulas, xerox, casa. Um bate papo com uns amigos aqui e ali... umas risadas e nada mais.
Chuva. Eu não gosto quando chove. E não é apenas pelos óbvios inconvenientes que este fenômeno traz pra cidade de Salvador. A mente viaja e eu não fico no mesmo lugar. O peito aperta. Me traz más lembranças. Vontade de chorar.
Chuva me faz triste. Me faz me sentir só.
Mais do que o normal.
E aí há um desleixo da minha parte. Eu abri a guarda.
Me lembrei da época que isso não me afetava tanto. Meu desejo de ser forte - e de ser sozinho - me endureceu. E apesar da aorrogância que veio junto com a rigidez, eu não era tão mole. O vento frio era minha (única) companhia, e eu não me sentia tão... dependente.
O tempo passou. Eu mudei. Passei a dar um pouco mais de espaço pra outras pessoas. Aprendi a conviver... ou meramente me misturar. Acreditei na conversa fiada de que eu fazia falta pra alguém.
Furada.
No fim das contas as pessoas precisam de mim na medida que sou útil a cada uma delas. Eu devia era passar o rolo compressor por cima de cada uma.
Não consigo. Pelo contrário, ainda pergunto se tá tudo bem.
Cedi às pessoas, e fiquei dependente afetivamente delas, quando sempre julguei impossível. Afinal, eu já devo ter repetido mentalmente umas mil vezes que eu não sei amar ninguém. Agora solidão toma conta; algum choro fica entalado na garganta querendo sair (e por razões óbvias não sairá). Eu sigo como se nada estivesse acontecendo, mas está (se eu sei o que é, são outros quinhentos).
A chuva continua a cair. Faz tempo que não me sentia assim, inundado por dentro. Afinal, deve ser por isso que eu odeio a chuva. O céu faz o que eu deveria fazer, mas não consigo: deixar a lágrima rolar.
Alguém pode, por favor, parar a chuva?
Eu não aguento mais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário